A partir da grande vitória de Faulhaber no Indoor Kart World Championship/2007 que esse evento ganhou a devida notoriedade aqui no Brasil. Em 2009 pudemos contar com uma edição desse evento em nosso país, mais precisamente na cidade de Macaé/RJ. Esse evento nos trouxe um procedimento, durante a corrida, para proporcionar uma oportunidade de movimentação nas disputas. Estou falando da chamada "paradinha". Trata-se da obrigatoriedade do piloto fazer uma parada nos boxes e retornar a corrida. Isso mobiliza o piloto a fazer dinamicamente uma estratégia que lhe faculte um melhor resultado. O sucesso desse procedimento está principalmente associado a dois importantes fatores: ao entrar no Box o piloto aciona um botão para liberá-lo, trata-se de um sinal eletrônico que deve ser acionado pelo próprio piloto (não há interferência humana nesse processo) e retornar a corrida. O segundo é que as pistas utilizadas para esses eventos devem ter extensão e larguras bem confortáveis, contendo uma grande sorte de curvas e comprimentos de retas o que nos possibilita ter diversos pontos de ultrapassagens. Posso então concluir que esse procedimento, nessas condições, não existe para proporcionar ultrapassagens "parado", mas sim, para incrementar uma pitada de estratégia na corrida de cada piloto envolvendo suas equipes de boxes.

  Estou abordando essas informações no sentido de fazer um intróito para justificar a grande difusão desse procedimento entre os clubes de competição de kart amador aqui na cidade do Rio de Janeiro. O XKart, seguindo essa tendência, utilizou desse procedimento pela primeira vez nessa etapa. No entanto (sem poder contar com os dois primordiais fatores de sucesso, reportado no parágrafo anterior), o que de fato ocorreu, foi uma troca de papéis entre perseguidor e perseguido. A isso se adiciona a inclusão do fator "sorte" uma vez que utilizamos a ação humana para liberar o piloto em sua parada. Definitivamente inviabilizou uma igualdade de condições entre os pilotos de uma corrida, influenciando diretamente no resultado final de cada prova. Creio que para mantermos esse procedimento será necessário termos a nossa disposição as condições de excelência, supracitados, senão continuaremos a repetir as distorções ocorridas nas provas dessa etapa.

  Mas chega de considerações, vamos às corridas com as tais paradas, mais que justo ou injusto, foram muito empolgantes.

  A primeira categoria a entrar na pista foi a X3. Parabéns aos pilotos Rômulo Sandro (pole position) e a George Luiz (2º colocado) pelo excelente treino de qualificação. Os demais foram Thiago Soares, Sergio Garcia, Luiz Almeida, Leonardo Scharth e Rodrigo Trianni. Volta de apresentação, sinal verde, inicia a prova. Logo na primeira volta, Sergio Garcia é o primeiro piloto do XKart a fazer a paradinha seguido por Triani na volta seguinte. Leonardo Scharth (6º colocado) disputava posição com Luiz Almeida quando optou por fazer prematuramente a sua parada. Esse procedimento deixou Leonardo a mercê de seus adversários, superando apenas Sergio Garcia. A corrida seguia seu curso. Romulo travava com George uma excelente disputa pelo primeiro lugar, enquanto isso, Thiago Soares tinha o mesmo trabalho para manter-se em terceiro, face às investidas de Almeida. Aqui cabe uma consideração importante. Enquanto esses quatro pilotos faziam uma grande disputa, Leonardo Scharth com pista livre, era o piloto mais rápido. Isso lhe conferiu a melhor volta da corrida 23,110s e principalmente redução da distância que o separava dos quatro pilotos a sua frente. Quando Almeida e Thiago cumpriram suas paradas, voltaram atrás de Leonardo, que nesse momento assumia o 3º posto da corrida. Apesar da dura disputa entre Rômulo (1º) e George (2º), esses ainda tinham uma confortável distância sobre Scharth. Teriam facilmente condições de parar sem perder suas posições. Mas foi então que George consegue colocar seu kart lado a lado ao de Rômulo, passam pela reta principal, curva norte e quando foram fazer a curva de entrada da inclinada, aconteceu o toque, ambos rodaram e perderam um tempo razoável para voltarem a corrida. Rômulo entrou para cumprir sua parada, quando voltou era apenas o quinto colocado. George Luiz seguiu ainda na frente, em primeiro lugar. Agora a situação de Luiz se complicou, tinha que reconstruir a vantagem que lhe facultasse parar e voltar ainda no primeiro posto. Faltavam poucas voltas e talvez tenha sido isso que o tenha proporcionado a se exceder e perder o controle de seu kart na curva inclinada. Preso nos pneus, George viu sua bela corrida escorrer pelas suas mãos. Retornou a corrida, fez a parada, mas agora era apenas o 6º colocado. Melhor para Leonardo Scharth que em poucas voltas se coroou de louros. Final Leonardo Scharth em primeiro, Thiago Soares em 2º e Luiz Almeida em terceiro lugar.

  A categoria seguinte é a X2T, Nessa categoria o gride só foi definido na última volta da qualificação. Os pilotos Ricardo FG, Claydson Aquino e Marcio Loyola estiveram por repetidas vezes na posição de honra. Somente na última volta é que Ricardo FG consegue sair do 3º lugar e assumir a pole position. Com isso Claydson que era o primeiro passou para segundo e o Marcio que galgava o 2º posto, largou em 3º. Os demais pilotos foram: Leonardo Moreira, George Jr., André Argento, Rodrigo Rocco, Eric Cabral e Ary Aguiar. Autorizada a largada Ricardo FG se mantém na frente, mas com Claydson no seu calcanhar. Um pouco para atrás vinham Marcio, Leo, George e André e em seguida vinham Eric Cabral, Rodrigo Rocco e Ary Aguiar. Esses três últimos fizeram logo nas três primeiras voltas suas paradas. O primeiro a parar foi o Ary, depois o Rodrigo Rocco e em seguida o Eric. Mas isso não proporcionou mudanças de posições entre esses pilotos. Marcio faz a opção de ser o primeiro a parar do segundo pelotão é seguido de imediato por Argento. Talvez não tenha sido uma boa opção para ambos, porque não surtiu efeito e agora dependiam das performances dos demais a sua frente. Enquanto isso Ricardo FG, mantinha uma distância de um a dois karts de Claydson Aquino. Já o George Jr. brigava pela posição de Leonardo Moreira. Junior para e volta lado a lado com Marcio, com André na espreita. Como as curvas favoreciam ao George, esse consegue consumar a ultrapassagem em Marcio Loyola. Nesse momento Moreira era o 3º colocado, mas a sua parada o colocou em quinto lugar. Melhor para George que assumia nesse momento o terceiro lugar da corrida. Ary e Eric disputam assiduamente pelo 8º lugar. Melhor para Eric que dominou a situação. Agora foi a vez de Ricardo FG fazer a sua parada. Infelizmente o fiscal de Box estava distraído, não viu a chegada de FG. Isso custou uma eternidade para Ricardo, que viu sua liderança ruir sem dó nem piedade. Claydson, atento, fez sua parada imediatamente depois de Ricardo. Antes de entrar nos boxes, FG tinha dois karts de vantagem para Claydson, uma volta depois era Claydson que tinha um kart de vantagem para Ricardo. Depois disso o que se viu foi uma perseguição implacável de FG. Ricardo fez de tudo, até empurrou em reta o kart de Claydson. Esse por sua vez fez de tudo que podia para não dar chances a Ricardo. Inclusive meio de pista, muito bem observado pela direção de prova. Melhor para Claydson que terminou a prova a frente de FG e ainda fez a melhor volta da corrida 23,010s.. Enquanto isso André Argento achava espaço na pista para superar Leonardo Moreira e ainda deu tempo de chegar em Marcio Loyola, que por sua vez vinha na cola de George Jr.. Final Claydson em primeiro, Ricardo FG em segundo e George Jr. em terceiro.

  Agora é a X2 Ligth que entra na pista. Marcos Gonçalves mostra-se muito bem preparado. Na qualificação não deu chances aos seus adversários. Nao teve a menor dificuldade de colocar seu kart na posição de honra para a largada. Alem disso, ganhou de ponta a ponta com larga vantagem e de quebra ainda fez a melhor volta da corrida (22,440s). Parabéns! Bruno Borges foi o segundo no grid, seguido de Rafael Ricardo em terceiro. Os demais pilotos que formaram são: Alan Mattos, Marcos Almeida, Rafael Azevedo, Rennan Masullo, Sergio Calhman e Rafael Torres. Largada autorizada, Marcos Gonçalves se lança como uma flecha, já na primeira volta tinha uma vantagem de mais que um kart para Bruno Borges, o segundo colocado. As posições se mantinham, mas não por muito tempo. Sergio Calhman foi o primeiro a parar, antes mesmo de completar duas voltas. Enquanto isso, Bruno Borges liderava um pelotão de sete pilotos, todos muito próximos uns dos outros. Rafael Torres (8º) faz sua parada e volta atrás de Calhman, agora em nono lugar. Enquanto Marcos Gonçalves se distanciava, o pelotão de trás se dividia: um com Bruno, Rafael e Alan outro um pouco mais para trás com Almeida, Azevedo e Rennan. Com essa formação o primeiro a fazer sua parada é Rafael Azevedo, seguido de imediato por Rennan Masullo. Momentos após foi a vez de Marcos Almeida a cumprir sua obrigação. Marcos não foi bem e voltou atrás de Azevedo e Rennan, em sétimo lugar. Somente os quatro primeiros se mantinham realizar a parada. Depois de algum tempo foi a vez de Rafael Ricardo a parar, seguido de imediato por Bruno Borges. Não houve troca de posições. Marcos Gonçalves continua ganhando espaço, mas Alan Mattos, agora em segundo, vinha muito bem. Estava sem adversário a sua frente, pode fazer voltas muito boas, melhores que seu adversário imediato, Rafael Ricardo. Tudo indicava que ao parar conseguiria voltar a pista a frente de Ricardo. Mas se desconcentrou, e gastou um pouco mais de tempo que o normal, ao parar. O suficiente para causar não só a perda para Rafael, bem como, para o Azevedo e para o Rennan Masulo. Agora, Alan Matos era o sexto colocado. Rennan Masulo aproveita uma oportunidade e ultrapassa Azevedo. As posições pareciam inalteradas, mas a medida que a corrida seguia curso para o fim, Rafael Ricardo perdia rendimento, sua confortável vantagem para Rennan foi sendo descontada até que Ricardo ficou na alça de mira de Masullo. Faltava um pouco mais de uma volta, quando Masulo dividiu a curva da oficina com Rafael. Ricardo fica pelo lado sujo da pista, perde posição para Rennan, e nas duas curvas seguintes é superado por Rafael Azevedo e Alan Mattos, respectivamente. Final a consagração da grande vitória de Marcos Gonçalves, com Bruno Borges em segundo e Rennan Masullo em terceiro lugar.

  Continuando, é a vez da X2. Com a pista a sua feição, Alexandre Couto é o piloto mais rápido da qualificação, Saul Teixeira é o segundo e Daniel Duarte o terceiro. Um trio de renome e muita velocidade para a categoria. Os demais pilotos foram: Carlos Braga, André Leonardo, Daniel Lepesteur, Marcos Alexandre, Wallace Campos e Sylvio Couto. A largada acontece sem atropelos, os pilotos se mantém nas posições iniciais. Wallace Campos abre os trabalhos de boxes. Em seguida é a vez de Sylvio Couto pagar a sua "prenda" e volta atrás de Campos. Alexandre abre espaço para Saul Teixeira, que por sua vez liderava um grande pelotão: Saul Teixeira, Carlos Braga, André Leonardo, Daniel Lepesteur e Marcos Alexandre. Leonardo, muito expertamente faz sua parada, volta a frente de Wallace e tem pista livre a sua frente. O pelotão se divide, Alexandre ia tranqüilo a frente, Saul continha as investidas de Duarte, um pouco mais para trás, era Braga que segurava Lepesteur e Marcos. Lepesteur faz sua parada, depois Marcos faz o mesmo. Ambos retornam a pista atrás de Leonardo. Não houve trocas de posições. Nesse momento, Alexandre continuava sobrando na corrida, depois o pelotão composto por Saul, Daniel e Marcos, depois mais para trás, e com as paradas já realizadas, vinham: André, Lepesteur e Marcos. Dos quatro primeiros pilotos, o primeiro a parar foi Carlos Braga, Ao retornar a pista é superado por André e Lepesteur. Por muito pouco não perde também para Marcos Alexandre. Agora é a vez de Daniel Duarte parar, mas para a sua infelicidade, esbarrou no cone que limita o espaço para o piloto parar. Isso invalida sua parada. Daniel consegue voltar em quinto lugar a frente de Carlos Braga. Saul percebe a parada de Duarte e faz a sua também. Sua parada foi boa, mas não o suficiente para lhe manter no segundo lugar. Saul perde sua posição para André Leonardo que agora, assume o segundo posto da corrida. Duarte cumpre uma segunda parada e retorna a pista no sétimo lugar, um pouco a frente de Sylvio Couto, que a essa altura havia superado Wallace Campos. Alexandre Couto, dispondo de uma enorme vantagem, faz a sua parada e retorna a pista facilmente a frente, sem se quer ser ameaçado. A corrida foi a termo, com destaque para a briga pelo terceiro lugar entre Saul, Lepesteur, Carlos e Marcos, mas sem troca de posições. Final, Alexandre Couto é o vencedor, com André Leonardo em segundo lugar e com Saul Teixeira em terceiro.

  Finalmente é a vez da X1 principal categoria do XKart. Pedro Ricardo consegue uma boa volta, mas Pedro Menezes dá mostras de que a brincadeira vai ser dura. E não foi diferente. Foram apenas 4 centésimos que outorgaram Pedro Ricardo a colocar seu kart na posição de honra a frente de Pedro Menezes, o terceiro posto ficou com Marçal Mello outro piloto fantástico nesse tipo de pista. Os demais do grid, foram: Rodrigo Libera, Erich Santos, André Paci, Flavio Caetano, Gustavo Caetano e Sidnei Castilhos. Iniciada a corrida, Sidnei Castilhos faz sua parada antes mesmo de completar a primeira volta. Uma volta depois foi a vez de Gustavo Caetano. Depois vieram as paradas de Paci, Flavio e Erich Santos. Não surtiram efeito e as posições continuavam as mesmas da largada. Enquanto isso a briga era entre Pedros. Isso mesmo Ricardo e Menezes disputavam palmo a palmo o cimento do kartódromo. Com muito esforço Ricardo se mantinha a frente de Menezes, sem que houvessem cumprido suas paradas. Mais para trás, também ainda sem parar vinham Marçal Mello e Rodrigo Libera. Rodrigo para, volta a frente de Erich e tem pista limpa pela sua frente. Gustavo Caetano (8º colocado) mantinha excelente disputa pela sétima posição de Flavio Caetano. Foi então que Marçal Mello realiza a sua parada. Melhor para Rodrigo Libera que o supera e passa a ocupar o terceiro posto. Todos os pilotos já pararam, com exceção dos lideres da prova. A disputa era de tirar o fôlego! Finalmente Menezes para, tudo perfeito! Pedro Ricardo percebe a manobra, e faz sua parada imediatamente depois, tudo perfeito também. Pedro volta e consegue se manter a frente de Menezes. Desse ponto até o final a disputa não mudou. Melhor para Pedro Ricardo que conseguiu sue intento de se manter a frente. Libera, Maçal, Erich e Paci andaram juntos até o final da prova, mas sem alteração de posições. Final, Pedro Ricardo sagra-se o grande vencedor, seguido de muito, muito perto por Pedro Menezes e com Rodrigo Libera em terceiro.

  Sem dúvida, nos tivemos uma excelente etapa. Foi marcada por situações inusitadas, e que por certo nos serão de suma importância para embasar futuras decisões. Agora o caminho nos leva a São Paulo, mais precisamente para Guaratinguetá, onde realizaremos nossa 3ª Etapa. Até lá!